Apagão da Enel chega ao quinto dia para 200 mil imóveis na Grande São Paulo
Prestes a completar 96 horas sem energia, milhares de imóveis seguem sem luz. Escolas não abrem e unidades de saúde atendem de forma limitada.
Publicado 07/11/2023 15:28 | Editado 07/11/2023 16:10
A empresa privatizada Enel, responsável pela distribuição de energia elétrica para 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, informou nesta terça-feira (7) que cerca 200 mil imóveis continuam sem energia. A previsão dada pela empresa é de que todos estes imóveis devem ter a energia restabelecida até hoje.
Segundo informam, 90% dos clientes afetados pelo vendaval de sexta-feira (3) já tiveram a energia reestabelecida. No entanto, a incapacidade da empresa em reestabelecer os seus serviços afetou grande parte da população durante os últimos 5 dias.
Diversos bairros estão prestes a completar 96 horas sem energia. A falta de luz tem afetado o dia a dia de muitas famílias que perderam alimentos, ficaram sem energia para carregar equipamentos eletrônicos fundamentais nos dias atuais, impossibilitando estudo e trabalho, ou seja, tiveram que modificar toda a sua rotina.
Isto sem contar empresas e comércios que não puderam abrir as portas sem energia, com um prejuízo maior para quem trabalha com alimentos perecíveis.
Leia também: Manifestação em São Paulo denuncia falta de energia elétrica e privatização do serviço
Diversos pequenos comércios espalhados pela capital perderam seus estoques com a falta de energia, pois não tiveram como bancar geradores para manter os alimentos refrigerados.
Além disso, há informações, como noticiado pelo g1, de que escolas como a Escola Estadual Alcides Boscolo, na zona leste da capital, não abriram as portas pela falta de luz, e unidades de saúde, como a UBS/AMA do Jardim Santo André, em São Mateus, está com o atendimento comprometido. Cerca de 30 unidades de saúde ainda têm falta de luz, conforme aponta a Secretaria Municipal da Saúde.
Governo federal cobra a Enel
O secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, a pedido do ministro da Justiça Flávio Dino, disse em suas redes sociais que a Enel será notificada a prestar informações sobre a falta de serviço. O prazo será de 24 horas para explicar a falta de resposta aos consumidores pelos canais de atendimento como também pela demora para a solução dos problemas.
A Enel ainda será cobrada para apresentar um plano de contingência para enfrentamento de eventos climáticos extremos como forma de que a situação não volte a se repetir.
‘Apagão’
O verdadeiro ‘apagão’ que acomete São Paulo se refletiu em declarações infelizes do presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
O ‘apagão de ideias’ veio com Cotugno, que disse para a Folha de São Paulo que a Enel está fazendo um “trabalho incrível” no reestabelecimento da energia, ao comparar o evento de sexta-feira a um furacão no Texas (EUA): “Quando chega um furacão no Texas, o problema não é a empresa elétrica, é o furacão. Aqui estamos acostumados com eventos menores, mas se olharmos de forma racional e não emocional, a gente está fazendo um trabalho incrível por um fenômeno pelo qual não tivemos controle”.
Leia também: Empresa privada mantém 500 mil sem luz três dias após temporal em SP
Já o prefeito achou o momento oportuno para falar em cobrança de “taxa de melhoria” para realizar o enterramento de fios, como forma de evitar situações similares.
A fala foi vista como uma afronta em um momento em que diversas pessoas estão sem energia e a prefeitura e o governo do estado não conseguem oferecer uma solução junto à Enel para melhorar a situação. O prefeito recorreu a Folha, posteriormente, para dizer que foi mal interpretado.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deverá abrir nesta semana uma investigação para averiguar se a empresa Enel agiu corretamente no reestabelecimento de energia para os 2,1 milhão de consumidores que foram afetados.
Créditos Vermelho
Comentários
Postar um comentário